Segura. Essa é a palavra que a definia todos os dias. Ela dava um passo por vez, um passo a cada dia e todas as manhãs repetia a si mesma "um dia de cada vez". Aos olhos dos outros, ela podia ser sozinha, mas não se sentia sozinha e amava a sua própria companhia, seus gestos, manias, acertos, erros, imperfeições, sorrisos, posições, posturas e pensamentos. Ela era diferente a cada dia e, por isso não fazia o perfil da sociedade. Arrumada, maquiada, despenteada ou jogada no sofá. Não importava como estava, ela se amava e sabia que era feliz. E era isso que buscava todos os dias, ser feliz. Segura de suas palavras e cheia de marra, era isso que encantava o vendedor de flores na frente de sua casa, que todos os dias lhe oferecia uma rosa. Segura não apenas por escolha, mas por uma necessidade. Ela aprendeu a se virar e não depender de ninguém para ser feliz. Chego a pensar que às vezes, ela era segura até demais. Mas era exatamente por ser assim, que ela encantava e se diferenciava do perfil da sociedade.
As pessoas acham que escrever é simplesmente pegar as palavras e as colocar numa frase e a fazer elas terem sentido, quando na verdade, é algo muito amplo. Escrever exige observação, pensamento, conhecimento da língua a ser retratada e amor. Sim amor pela fala, pela oratória, pelo papel e pela literatura. Escrever é retirar do vento as palavras que ninguém mais quer, e as organizar, observando não apenas as normas da língua padrão, como concordância, verbo, provérbio, advérbio, e por ai vai, e sim as organizar por ordem de importância e sentido. Escrever, é se doar de corpo e alma, é se entregar, se perder nas letras e se achar no parágrafo seguinte. É se encantar a cada palavra e se emocionar a cada vírgula; é se apaixonar a cada novo texto. A cada dia que passa me apaixono mais por esse mundo literário e me assumo cada vez mais como escritora, não tenho medo do que podem dize ou pensar, como escritora tem que assumir uma postura e como jornalista, assume a mesma postura.
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