Ela sorria disfarçadamente de longe, e eu aqui, incerto de que aquele riso fosse para mim. Quem sabe nem passasse pela cabeça dela que eu a observava. Guardava cada detalhe dela para recordar depois; o cabelo ao vento, seus olhos claros, seu sorriso de canto, a postura ao andar, a fala calma, o beijo doce a tocar a testa de alguém, a forma de sentar. De longe o mais puro encanto, de perto ainda irei descobrir o verdadeiro significado de perfeição. De longe você, de perto nós dois. De longe uma mulher, de perto uma menina. Uma menina, com encantos, desejos e medos. Uma mulher, com determinação, garra e força. Seus toques tão suaves feito o vento a balançar as rosas numa primavera qualquer, feito chuva a cair numa tarde nublada e feito um pianista a acariciar as teclas de um piano. Ela sorria, sem saber que eu a observava.
As pessoas acham que escrever é simplesmente pegar as palavras e as colocar numa frase e a fazer elas terem sentido, quando na verdade, é algo muito amplo. Escrever exige observação, pensamento, conhecimento da língua a ser retratada e amor. Sim amor pela fala, pela oratória, pelo papel e pela literatura. Escrever é retirar do vento as palavras que ninguém mais quer, e as organizar, observando não apenas as normas da língua padrão, como concordância, verbo, provérbio, advérbio, e por ai vai, e sim as organizar por ordem de importância e sentido. Escrever, é se doar de corpo e alma, é se entregar, se perder nas letras e se achar no parágrafo seguinte. É se encantar a cada palavra e se emocionar a cada vírgula; é se apaixonar a cada novo texto. A cada dia que passa me apaixono mais por esse mundo literário e me assumo cada vez mais como escritora, não tenho medo do que podem dize ou pensar, como escritora tem que assumir uma postura e como jornalista, assume a mesma postura.
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