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Mostrando postagens de dezembro, 2015

Choro de mulher...

Ela chorava. Chorava baixinho. Chorava antes de dormir e ao acordar. Chorava toda noite em sua cama. E por que ela chorava? Ela chorava, porque sabia que ia lhe perder, mais cedo ou mais tarde, mas ia perder. Você vinha pra casa toda noite às 0h cheirando a conhaque venho e palheiro de cigarro do boteco da esquina e com a camisa azul que ela havia lhe dado de natal com marca de batom vermelho. Toda noite. Essa era uma cena que se repetia por dias, semanas e meses. Todo mundo a aconselhou a sair de casa, pois ela era uma moça jovem, de pele morena, cabelo escuro e olhos verdes, uma beldade em pessoa. Era o sonho de qualquer homem. E o que ela fez? Ficava. E mais uma noite ela chorava. E no meio do choro, adormecia feito um anjo. Era um anjo machucado. Um anjo que todos queriam cuidar, menos você. Um anjo doce. Um dia, mesmo com o coração partido em pedaços e os olhos cheios de lágrimas, ela fez uma carta, deixou em cima da mesa junto ao leite com bolacha que ele tomava antes de ir se d

Não quero...

Sabe, a vida é engrada mesmo. Ontem éramos apenas amigos, hoje somos namorados e amanhã dois desconhecidos. É estranho saber que tudo na vida começa assim do nada e termina do nada. Não quero que minha vida seja assim, um nada. E nem mesmo meu amor. Quero ser um algo na vida de um nada, um amor na vida de um alguém perdido. Quero ser o braço que precisa e o leite do seu café. Quero ser o escudo que lhe protege num dia de trovoada e uma espada guardada no dia de uma guerra. O que todos queremos, é ser o amor da vida de alguém. É ser aquele suspiro após um beijo inesperado ou um sussurro no ouvido no meio daquela transa no meio da sala. Todo mundo quer acordar com um café da manhã na cama e uma rosa num vidro e ou mesmo um beijo do seu amado dizendo “Bom dia, meu amor”. Não quero passar despercebido na vida de alguém e creio que você também não. Sempre estamos buscando chamar a atenção de uma pessoa seja da forma como falamos, nos vestimos ou agimos. Nem sempre atingimos nosso alvo, mas

O silêncio das palavras...

E então eu morri sem que ninguém me conhecesse, sem que algo me fizesse sentir vivo. Morri como morre todo ser de desgosto pela humanidade. Meu corpo continua caminhando sem propósito, sem rumo esperando que algo o atinja e o tire desse limbo. Pode ser uma alma, uma flor, um amor ou mesmo uma palavra. Sim, uma palavra. Eu nem sabia rimar quando as minhas palavras sentiram necessidade de se eternizarem no papel. Minhas mãos eram trêmulas, como as do meu avô. Talvez por achar a minha alma mais velha que a dele, o meu corpo, mesmo sem querer, o imitava. Mas eu só tinha dezoito - pelo menos era assim que trazia escrito a minha certidão de nascimento -, e eu ainda não conhecia tantas palavras. Meu forte sempre foi o silêncio. Nas margens do meu caderno, vários rabiscos daquilo que se passava na minha mente quando eu perdia o foco, ou enquanto eu tentava buscar palavras que tivessem um significado próximo ao peso das minhas lágrimas. Quase sempre em vão, por isso eu sempre tinha um pouco p

Melhor melodia...

Ela era a letra da música que desenha o amor do casal entre a serenata e a plena madrugada fria. Eu cheguei a acreditar que isso seria só uma atração de começo ou que seria passageiro, mas vejo que estava errado e nada disso é passageiro. É real, é verdadeiro, é amor. Eu não imaginava que iria gostar tanto assim de você a ponto de ir deitar e só pensar em uma coisa, em uma pessoa e imaginar um futuro com você. Ela é a ponte que liga a mais longa distância; o açúcar do café mais amargo e o recheio do sonho mais delicioso. A metáfora da costela do homem mais bem arquitetada; a incentivadora de conciliação de paixão. Ela é complexa e simples. Ela é quente e fria. Parece engraçado, mas você é tudo aquilo que um dia eu pudesse imaginar estando com alguém, com esse jeitinho, manias e ciúmes. E eu sabia, desde aquele seu “bom dia” que eu poderia estar me arriscando em uma nova aventura de amor. E sabia também que não seria muito bom continuar assim, porque nunca me dei bem nessa coisa de ama

Amo...

Amo meu cabelo bagunçado. Amo minha voz rouca toda manhã. Amo abrir o armário e pegar e vestir a primeira roupa que vier pela frente.Amo camisa xadrez e listrada. Amo shorts e calça. Amo vestido e saia. Amo andar descalço e de salto. Amo ficar sem maquiagem. Amo inventar palavras. Amo meu vocabulário de gírias e palavrões.  Amo um livro de 300 páginas na qual não entendo nada. Amo ler Machado de Assis com um dicionário ao lado.  Amo tocar um violão desafinado. Amo dançar na chuva e depois pegar um resfriado. Amo uma sopa de água. Amo tomar uma Coca junto a uma Vodka. Amo ir ao cinema pra ver qualquer filme. Amo comédia e filme de terror. Amo piano e percussão. Amo essa minha confusão. Amo clássico e amo rock. Amo o estilo certinho e o jogado. Amo os engravatados e os malacos. Amo ser séria e risonha. Amo ser introvertida e extrovertida. Amo as cores da parede do meu quarto.  Amo dormir no sofá. Amo tomar café quente e logo em seguida, um gole de água gelada. Amo sorvete e picolé.  Amo

Quero você....

Coisas simples me ganham, como um sorriso, um olhar, um gesto, uma palavra. Você me conquistou aos poucos e me mostrou que vale a pena uma vida ao seu lado. Eu quero me casar com você. Te acolher nos meus braços, acordar do seu lado, quero ser o primeiro a te da bom dia. Quero calar sua boca com beijos, por não aguentar você cantar a mesma música de sempre. Eu quero escolher a roupa que você vai usar para o nosso passeio ao cinema. Quero ao publico gritar o quanto eu estou feliz, por você ter me escolhido para está ao seu lado, pra ser o seu amor. Quero que você me faça sentir todo santo dia, que não precisa de mais ninguém, só de mim. Quero te mandar todos os dias cartas de amor, te lembrando que você foi, e sempre será o meu primeiro amor. Quero mandar buquês de flores com pedido de casamento, como se fosse o nosso primeiro encontro. Eu quero acordar sussurrando no teu ouvindo, dizendo o quanto eu te amo e que eu me apaixonado por você, a cada vez que ouço o som da tua voz. Quero pe

Aquele sorriso....

Ela sorriu. Sorriu enquanto conversávamos, sorriu ao olhar para a luz do poste, sorriu ao olhar para cima. Eu a olhava e contemplava cada detalhe de seu rosto, cada olheira que passou em claro chorando, e a forma como sua boca abria e fechava e deixava as palavras escaparem. Ela estava linda. Ela falava, e eu apenas ouvia. Calado. Paralisado. Observando seus mais pequenos detalhes, como seus gestos, a forma como mexia no cabelo e que arrumava o óculos; a forma como inclinava a cabeça e que lançava seu olhar de encontro ao meu; a forma como mexia em sua mão, como se quisesse me dizer alguma coisa; a forma como deixava o cabelo desarrumado ou como o prendia. Era mágico estar ao seu lado. O relógio parava e a nossa conversa, ah, nossa conversa, fluía descompromissada. Conversamos sobre tudo, absolutamente tudo. Nossa relação era de extrema confiança. Éramos grandes amigos, mas, a partir daquele momento, não sabia mais definir o que sentira por aquele sorriso que era todo dela. Ela era a g