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Mostrando postagens de janeiro, 2017

Você foi pro Exército e eu fiquei

Passávamos os dias de verão inteiros juntos. E como consequência, brigávamos direto. Em uma de nossas brigas, eu quis sair daquele lugar para sempre e não voltar mais a vê-lo, mas sabia que seria impossível, pois eu o amava demais para aquilo. E em mais uma briga fiquei e aguentei as palavras que saiam grosseiramente de sua boca. Quando eu acordei às 6 horas, você já não estava mais ali e uma carta. Eu te procurei pela casa inteira e apenas pude encontrar seu cheiro preso a um pedaço de papel com os documentos do Exército. Sim, você foi chamado. Imediatamente, eu corri atrás de você, pois sabia que se fosse, não ia te ver nunca mais e por um instante, era o que eu deseja. Ao chegar naquela sala escura da plataforma do metrô na parte oeste da cidade, te vi fardado e tudo o que conseguia pensar, era em fazer você ficar mais um dia, mas não queria mais brigar. Não sei se você me viu chorar, mas eu fiquei ali no canto te vendo embarcar naquele trem de metal número 394. Você sentou nas últi

Eu sei, o mundo mudou

Eu sei, o mundo mudou. E os costumes, gestos, pensamentos, forma de amar. Hoje em dia é tudo tão fácil e chato. Antigamente o amor durava para sempre, mas hoje, não dura nem até a esquina onde o homem vende as flores mais lindas e cheirosas da cidade, imagina se vai durar "até que morte nos separe". Hoje em dia, as pessoas mal se conhecem e já saem proferindo declarações de amor eterno nas redes sociais. Como se isso não bastasse, vão pra cama e, após a transa ele sai falando mal dela e vice e versa e o relacionamento termina. Antigamente, esse ato carnal acontecia somente na lua de mel, pós casamento. Enquanto hoje, pode ser a qualquer momento e em qualquer lugar. Eu sei, o mundo mudou. Por vezes, eu penso que o respeito se perdeu e o amor morreu. E a velha sou eu, por ainda conservar e querer certos costumes, como pedido de namoro para os pais, levar o namorado (a) para conhecer a família de forma formal e coisas assim. Eu sei, o tempo mudou. E as pessoas já que não querem

Copo vazio, coração cheio de saudade

É estranho olhar para o canto sala ou para a ponta da mesa e ver uma cadeira vazia e um copo no armário, quando se está acostumado a ver esse objeto cheio com uma bebida escura, como cerveja, e na televisão da sala um padre falando e o volume quase no zero. É difícil aceitar a ideia de nunca ver o rosto de uma pessoa que tanto ama e/ou velo apenas por fotos que estão espalhadas em porta-retratos. É difícil passar por datas comemorativas sem as estranha-las, sem se emocionar e lembrar de pessoas queridas. Após a morte de um ente querido, nada mais é o mesmo. Nem uma reunião de família, o churrasco de domingo, uma partida de futebol, um noticiário na TV, um abraço. Sempre haverá um cheiro, um gosto, uma comida, uma cor para te lembrar dessa pessoa, seja por uma bronca, por um carinho ou simplesmente dos poucos momentos em que ela sorria. Não. Esse não é um texto de ano novo e nem de uma despedida ao ano que terminou. Para você, caro leitor, ele possa ser estranho. Já me desculpo, mas ele