Os trens
sempre me fascinaram. Talvez pelo som. Talvez pelo tamanho. Mas o que importa é
que sempre fui fã de locomotivas, de trilhos de trem, de andar sobre eles.
Minha infância inteira caminhei pelos trilhos com meu pai, e hoje ao fazer
isso, me recordo de uma época muito boa, na qual não tinha nenhuma preocupação,
não tinha noção do quão perigoso eram algumas coisas, como o fato de caminhar
no trilho e quando o trem estivesse perto, sair.
Trens. Apaixono-me
cada vez que um passa, cada vez que assisto a um filme em que aparece um, ou
cada vez que penso em um - como agora. Emociono-me ao falar de um, pois me
trazem lembranças fortes demais, porém muito boas.
Muitas
pessoas não gostam dos trens, mas ninguém para pra analisar de que nós
invadimos e construímos ao redor dos trilhos e não o contrário, o quão deve ser
chato e perigoso a vida de maquinista, mas o quão lindo dever ser ver o nascer
e o pôr do sol e as belas cidades por onde o mesmo passa. Pensamos apenas no incomodo que o trem nos dá
passando nos horários de movimento ou quando estamos atrasados para algum
compromisso.
É difícil se
ver, uma criança andando por entre os trilhos ou jogando bola na rua, é muita
tecnologia. Muitas crianças não sabem o que é ter que correr do trem quando
este vem ou o que é se equilibrar por entre os ferros por onde o trem passa o
que é contar as madeiras e poder apenas pisar nas madeiras e nada mais.
Quando olho
para um trem, consigo ver o passado, as décadas passadas, os anos passados.
Consigo ver o tempo onde as pessoas eram felizes de verdade, onde não havia
tanta violência nem bandidagem. Quando
olho para um trilho de trem vejo este carregado de alguma coisa – seja comida, bêbeda
ou mesmo pessoas – subindo e logo depois retornando. Quando olho para um trem,
ouço sua adorável e terrível buzina, na qual me remete a lembrar de minha
infância. Quando olho para um trem e seu trilho, me encontro e posso ser feliz
novamente. Sou apaixonada por trens.
O bacana é que os trens sempre nos dão a sensação de que a vida está de passagem, sempre. Isso é mais evidente pra quem mora em lugares mais distantes do interior, sendo como diz a música Trem das 7 do Raul: "é o trem das 7 horas, o último do sertão".
ResponderExcluir