Não
posso me aproximar mais de você. Devo me afastar. Irei me afastar. Terei que
sobreviver sem você para me acalmar quando eu estiver no meio de uma crise de
choro ou não quiser comer. Não sei viver sem você, mas terei que aprender a me
virar. Não posso mais olhar sua foto ou
falar com você. Tudo me lembra de você. Talvez, terei até que deixar a cidade,
pois cada esquina tem uma loja ou lanchonete que você costumava frequentar.
Talvez, eu nunca te esqueça completamente, mas preciso tentar. Preciso ser forte
e aguentar sem derramar uma lágrima. Sei que não há nada que eu possa fazer
para lhe impedir de ir. Nada. E me sinto impotente frente a isso. Não poderei
olhar para trás nem para me despedir, pois não quero que você veja minha
fraqueza ao te olhar pela última vez. Toda vez que tocar na rádio sua música
favorita, lembrarei da sua voz desafinada cantando o refrão; todas as vezes que
passar uma propaganda de perfume ou for há uma loja de perfumaria, lembrarei do
seu cheiro; toda vez que eu olhar pra fora da janela, vou olhar seu rosto por
entre as gotas que escorrem do vidro. Mas não se preocupe, ficarei bem ou pelo
menos irei fingir estar bem, mesmo quando na verdade estou sangrando por
dentro. Me preocupava mais com você do que comigo mesmo; fiz de tudo para lhe
ver sorrir, pois uma lágrima que corria dos seus olhos, acabavam comigo; por
mais triste que eu estava, nunca lhe falei nada, pois queria lhe ver feliz.
As pessoas acham que escrever é simplesmente pegar as palavras e as colocar numa frase e a fazer elas terem sentido, quando na verdade, é algo muito amplo. Escrever exige observação, pensamento, conhecimento da língua a ser retratada e amor. Sim amor pela fala, pela oratória, pelo papel e pela literatura. Escrever é retirar do vento as palavras que ninguém mais quer, e as organizar, observando não apenas as normas da língua padrão, como concordância, verbo, provérbio, advérbio, e por ai vai, e sim as organizar por ordem de importância e sentido. Escrever, é se doar de corpo e alma, é se entregar, se perder nas letras e se achar no parágrafo seguinte. É se encantar a cada palavra e se emocionar a cada vírgula; é se apaixonar a cada novo texto. A cada dia que passa me apaixono mais por esse mundo literário e me assumo cada vez mais como escritora, não tenho medo do que podem dize ou pensar, como escritora tem que assumir uma postura e como jornalista, assume a mesma postura.
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