Ah, meu amor. Sabe quando amamos em segredo, choramos calados no meio da multidão e gritamos no vazio de nosso quarto? Sabe quando olhamos um para o outro com aquele olhar que diz "eu te amo", mas nenhum admite publicamente? Ah, meu amor. Sabemos quando dizemos um ao outro "se cuida" e "eu te amo" no meio de alguma mensagem e pensamos, "é só amizade" e não é? Tem tanta coisa que eu gostaria de lhe falar, mas não quero que me vejas com olhos de quem está carente ou algo assim. Tem tanta coisa que eu gostaria que fosse diferente entre a gente, começando por ser a gente mesmo, apenas eu e você. Não digo eu e você para sempre, pois esse sempre é relativo, mas digo eu e você até quando durar, seja uma semana, um mês ou um ano. Ah, meu amor. Quantas cartas escrevi no silêncio do meu quarto escuro e nunca deixei você ver. Quantas noites passei em claro preocupada com sua dor de cabeça ou simplesmente pensando em nós no futuro. Ah, meu amor. Eu simplesmente amo fazer planos, mesmo sabendo que eles podem nunca existir.
As pessoas acham que escrever é simplesmente pegar as palavras e as colocar numa frase e a fazer elas terem sentido, quando na verdade, é algo muito amplo. Escrever exige observação, pensamento, conhecimento da língua a ser retratada e amor. Sim amor pela fala, pela oratória, pelo papel e pela literatura. Escrever é retirar do vento as palavras que ninguém mais quer, e as organizar, observando não apenas as normas da língua padrão, como concordância, verbo, provérbio, advérbio, e por ai vai, e sim as organizar por ordem de importância e sentido. Escrever, é se doar de corpo e alma, é se entregar, se perder nas letras e se achar no parágrafo seguinte. É se encantar a cada palavra e se emocionar a cada vírgula; é se apaixonar a cada novo texto. A cada dia que passa me apaixono mais por esse mundo literário e me assumo cada vez mais como escritora, não tenho medo do que podem dize ou pensar, como escritora tem que assumir uma postura e como jornalista, assume a mesma postura.
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