A brisa do vento me encantava. Estava só. Era somente eu e as ondas na escuridão da praia. Fiquei ali sentada na areia por uns minutos. Lágrimas escorriam de meus olhos. Depois de dez minutos que fiquei ali, ouvi passos se aproximarem. Era um pescador que me observava desde que cheguei a praia. Sabia que não estava literalmente sozinha. Aproximou-se e disse "você precisa de um café e um lugar quente". Levou-me para beber algo quente, mas eu só queria era sair dai e voltar a beira da praia. Não estava triste. Nem solitária. Apenas queria ficar lá: só eu e o vento. Passaram-se duas horas desde então. E eu, acabei dormindo na areia e no sereno. Você sabendo onde estava, me pegou no colo e me levou a um local coberto e quente. Ficou me olhando por alguns instantes enquanto eu dormir, e logo adormeceu também. Pela manhã, levei um susto ao te ver do meu lado, pois não havia avisado ninguém de onde iria, e você me encontrou. Sai para caminhar um pouco enquanto você acordava. Pensei em tudo o que aconteceu. Em como me encontrou. Em mim. Em você. Em nós. E cheguei a uma conclusão: não preciso dizer a você onde estou nem para onde vou, você sempre me encontrará. Pois amar é isso. É conhecer o outro.
As pessoas acham que escrever é simplesmente pegar as palavras e as colocar numa frase e a fazer elas terem sentido, quando na verdade, é algo muito amplo. Escrever exige observação, pensamento, conhecimento da língua a ser retratada e amor. Sim amor pela fala, pela oratória, pelo papel e pela literatura. Escrever é retirar do vento as palavras que ninguém mais quer, e as organizar, observando não apenas as normas da língua padrão, como concordância, verbo, provérbio, advérbio, e por ai vai, e sim as organizar por ordem de importância e sentido. Escrever, é se doar de corpo e alma, é se entregar, se perder nas letras e se achar no parágrafo seguinte. É se encantar a cada palavra e se emocionar a cada vírgula; é se apaixonar a cada novo texto. A cada dia que passa me apaixono mais por esse mundo literário e me assumo cada vez mais como escritora, não tenho medo do que podem dize ou pensar, como escritora tem que assumir uma postura e como jornalista, assume a mesma postura.
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