O celular não tocou o dia inteiro. Seu coração estava angustiado à espera de notícias que nunca vinham, daquela mensagem que nunca caixa na caixa de entrada nem na caixa de spam, ou mesmo, aquela ligação rápida apenas para informar. Ela verificava o celular a cada dois minutos na esperança de ver algo piscando; essa angústia, estava corroendo-a por dentro, quando finalmente veio uma mensagem de voz. A ligação estava tão ruim, que ela nem reconheçeu quem falava como também não entendeu a mensagem; nos instantes que se proseguiram, o silêncio se tornou seu pior inimigo. Os dias foram passando, e a agonia, foi só aumentando, até que um dia, ela resolve abrir um livro que ganhará a uma semana, e nele constava uma carta. Ela toma a carta em suas mãos, e começa a ler. As lágrimas rolavam solta de seus olhos, pois as palavras a abraçaram de forma a confota-lá, pois a medida que ia seguindo as linhas tortas de caneta azul no papel amarelado, sabia que as coisas ficariam pior - e realmente estavam,- ao perceber que esta, não era uma carta comum, e sim uma carta de despedida, imediatamente ela se pôs a chorar ainda mais, como quem estivesse em busca de alívio; por alguns minutos, a carta ficou abandonada encima da mesa que dava acesso à sala. Quando tornou a ler, já era tarde - o relógio marcavam meia noite passada, mas ela precisava saber o motivo e o fim dessa carta. Ao terminar de ler, no canto inferior esquerdo, constava uma única observação "Durante toda a minha vida, nunca fiz nada certo, nunca fiz a escolha certa, minha melhor escolha, foi você, foi nosso amor. Mas agora, chegou minha hora de partir. Adeus, minha amada."
As pessoas acham que escrever é simplesmente pegar as palavras e as colocar numa frase e a fazer elas terem sentido, quando na verdade, é algo muito amplo. Escrever exige observação, pensamento, conhecimento da língua a ser retratada e amor. Sim amor pela fala, pela oratória, pelo papel e pela literatura. Escrever é retirar do vento as palavras que ninguém mais quer, e as organizar, observando não apenas as normas da língua padrão, como concordância, verbo, provérbio, advérbio, e por ai vai, e sim as organizar por ordem de importância e sentido. Escrever, é se doar de corpo e alma, é se entregar, se perder nas letras e se achar no parágrafo seguinte. É se encantar a cada palavra e se emocionar a cada vírgula; é se apaixonar a cada novo texto. A cada dia que passa me apaixono mais por esse mundo literário e me assumo cada vez mais como escritora, não tenho medo do que podem dize ou pensar, como escritora tem que assumir uma postura e como jornalista, assume a mesma postura.
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