Eu falei, quando deveria ter me calado. E me calei, quando deveria ter falado. Gritei. Gritei na hora errada, no momento errado e no lugar errado. Saiu uma lágrima, e logo em seguida, outras. Sua boca, eu queria calar; doia demais ouvir tudo aquilo. O verbo, eu quis rasgar, e meu coração estava sendo rasgado naquele instante. Quis fugir. Fugir dali, fugir de você e de mim. Fugir, para onde nem o sol me alcançase, nem as estrelas e nem as palavras. Queria te bater. Porém, entendo que quando batemos em alguém, o roxo fica no corpo. Mas quando falamos sem pensar, o roxo fica é na alma. E muitas vezes, isso passa rápido, mas às vezes, isso nunca cicatriza. Falhei, quando não podia, quando não devia. Me escondi. Me escondi de mim e me perdi. Preciso me encontrar. Tentei me encontrar em meio a confusão e não conseguei. Talvez, você possa me encontrar num quarto escuro ou na claridade da lua; talvez numa folha em branco ou num conjunto de frases; talvez num gole de café ou num abraço demorado; talvez num olhar ou num beijo com cuidado. Mas não quero que você me encontre nesse estado que estou agora, não sei se quero que você me encontre. Brinco com as palavras e estas comigo, enquanto você brincar com meus sentimentos e meu coração. Peço-te para não vir atrás de mim. Se me encontrar, peço para que registre numa folha e jogue-a fora, e me deixe ali mesmo. Ao sair, deixe meu coração, mesmo que este esteja destruído ou até mesmo morto, mas o deixe comigo e leve consigo as lembranças e os textos que um dia, esse mesmo coração foi capaz de fazer...
As pessoas acham que escrever é simplesmente pegar as palavras e as colocar numa frase e a fazer elas terem sentido, quando na verdade, é algo muito amplo. Escrever exige observação, pensamento, conhecimento da língua a ser retratada e amor. Sim amor pela fala, pela oratória, pelo papel e pela literatura. Escrever é retirar do vento as palavras que ninguém mais quer, e as organizar, observando não apenas as normas da língua padrão, como concordância, verbo, provérbio, advérbio, e por ai vai, e sim as organizar por ordem de importância e sentido. Escrever, é se doar de corpo e alma, é se entregar, se perder nas letras e se achar no parágrafo seguinte. É se encantar a cada palavra e se emocionar a cada vírgula; é se apaixonar a cada novo texto. A cada dia que passa me apaixono mais por esse mundo literário e me assumo cada vez mais como escritora, não tenho medo do que podem dize ou pensar, como escritora tem que assumir uma postura e como jornalista, assume a mesma postura.
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