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O H que não é de Hitler


Fachada do Museu Emílio da Silva tem três “Hs”. Mas, ao contrário dos rumores, a letra não é uma homenagem a Hitler e sim ao tenente Leonidas Cabral Herbste.

Enquanto acontecia a Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945, em Jaraguá do Sul a antiga sede da Prefeitura era inaugurada. No ano de inauguração, em 1941, o tenente Leonidas Cabral Herbster, que foi nomeado como prefeito pelo interventor do Estado, Nereu Ramos, colocou três “Hs” na fachada do prédio em própria homenagem, o que hoje configuraria crime.

A letra em destaque três vezes levantou rumores de que o prédio, que hoje abriga o Museu Emílio da Silva, seria uma lembrança a Hitler. Mas no período em que esteve à frente do governo, Herbster, que era natural do Ceará, distribuiu pela cidade símbolos em própria honraria, como os três Hs no museu e o LCH no local onde hoje esta localizada a Praça do Expedicionário, junto ao antigo Terminal Rodoviário, que agora abriga o Terminal Urbano. Do terminal, as letras já foram apagadas.

Em 1997, a Prefeitura mudou para a Rua Walter Marquardt e o antigo prédio foi transformado em museu. A estrutura precisou ser fechada em seguida para reforma e só foi reaberta em 2001, sendo nomeada de Museu Emílio da Silva.

Com 74 anos, desde a construção, o prédio da Praça Angelo Piazera, na Avenida Marechal Deodoro da Fonseca, foi tombado há menos de três anos, sob o decreto 9.018 de 12 de dezembro de 2012. “Foi realizado um estudo e se descobriu que o museu ainda pertencia a Joinville e por isso não poderia ser tombado. Foi necessário que o município doasse o museu para nós”, diz Silvia Kita, historiadora-chefe do Arquivo Histórico.

Há registros no Arquivo Histórico que mostram que, enquanto governou, o tenente Herbster pediu ao governo do Estado ajuda para a construção de 17 pequenas pontes, algumas cobertas com folha de zinco; prédios escolares; estação rodoviária (1944); praça rodoviária; presídio público, prédio da Prefeitura (1941), e saneamento básico. Ele fez a exigência de que as casas construídas no município tivessem banheiro e calçadas.

Em Jaraguá do Sul, segundo o arquiteto Carlos Baratto, que trabalha com preservação, existem 56 imóveis tombados pelo município, cinco pelos órgãos do Estado e três pela União. A estação ferroviária, por exemplo, é tombada pelo Estado.

Assim como Nereu Ramos, Herbster era contrário à cultura alemã e proibiu o ensino do idioma no município, seguindo as ordens de Getúlio Vargas, que pregava a necessidade da nacionalização do Brasil.

Quem foi Leônidas Cabral Herbster

O primeiro-tenente Leônidas Cabral Herbster, transferido para Jaraguá do Sul em 1938, atuava como titular da Delegacia Auxiliar da Comarca. Foi prefeito por duas vezes. Uma delas, em fevereiro de 1938, como interventor do Estado nomeado pelo governador Nereu Ramos. Ele substituiu Rui Stockler de Souza, que estava no cargo há um mês. O segundo mandato estendeu-se de 1939 a 1945. Ele morreu em 20 de novembro de 1969 e empresta o nome ao 14º BPM, ativado pelo Decreto Lei n° 4.218, de 14 de março de 2002.

Estilo arquitetônico presente naquele período e no Museu Emílio da Silva, era o “Art Déco”, que tem características marcantes, como:

• Simetria – presença sempre marcante de aspectos formais com simetria rígida nas fachadas.
• Presença de elementos ornamentais.
• Aberturas (portas e janelas) que dão a ideia de vazios que se contrastam com as paredes cheias.
• Platibandas Escalonadas: mecanicista – ideia de fabricação/influência da industrialização.
• Jogo com as marquises: proposta sempre funcional/proteger algo. Vários tamanhos e formas e sua localização sempre dinâmica nas fachadas.
• Expressão da realidade em três dimensões quase sempre presente nas edificações.
• Movimento com ligação com a cultura de massa/influência do artesanato.
• Transição entre o clássico e o moderno.

Prédio foi sede da Prefeitura até o ano de 1997, e hoje conta a história do município (Foto: Eduardo Montecino)


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