Monótono. Somos dois monótonos. Pensamos que nos conhecemos, e de fato nos conhecemos, mas nos tornamos estranhos. Sim, estranhos. Se andarmos pelas ruas e nos vemos, não nos reconheceremos, pois somos frios e amargos, mas doces como a flor mais doce do meu jardim. Não sei mais quem és, nem mesmo quem sou. Somos dois estranhos, mas ao mesmo tempo, somos um só. Nunca falamos o que realmente sentimos um pelo outro, ou mesmo nosso dia, por mais banal que fosse; nunca me mostrei de fato a você, nem mesmo em um retrato e você nem se importou em perguntar se eu estava bem, quanto mais se importar em me conhecer de verdade. Somos dois estranhos, com pensamentos estranhos, opiniões estranhas, vidas estranhas, tentando uma vida juntos. Tentando deixar de ser estranhos ou tentando ser estranhos juntos. Somos monótonos. Somos eu. Somos você. Somos dois estranhos juntos.
As pessoas acham que escrever é simplesmente pegar as palavras e as colocar numa frase e a fazer elas terem sentido, quando na verdade, é algo muito amplo. Escrever exige observação, pensamento, conhecimento da língua a ser retratada e amor. Sim amor pela fala, pela oratória, pelo papel e pela literatura. Escrever é retirar do vento as palavras que ninguém mais quer, e as organizar, observando não apenas as normas da língua padrão, como concordância, verbo, provérbio, advérbio, e por ai vai, e sim as organizar por ordem de importância e sentido. Escrever, é se doar de corpo e alma, é se entregar, se perder nas letras e se achar no parágrafo seguinte. É se encantar a cada palavra e se emocionar a cada vírgula; é se apaixonar a cada novo texto. A cada dia que passa me apaixono mais por esse mundo literário e me assumo cada vez mais como escritora, não tenho medo do que podem dize ou pensar, como escritora tem que assumir uma postura e como jornalista, assume a mesma postura.
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