Grupo emocionou o público com
sucessos dos 29 anos de carreira
A banda gaúcha,
Nenhum de Nós, que embalou os anos 80 e 90, se apresentou no último sábado
(14), na The Way Club, para aproximadamente 750 pessoas. O grupo levou alguns
de seus maiores sucessos como Julho de 83, Você vai lembrar de mim
e Astronauta de Mármore em uma apresentação que durou 1h45. A banda
nasceu em Porto Alegre, em 1986. O sucesso nacional despontou no ano de 1988,
com a música de trabalho do primeiro disco Camila, Camila.
Cada vez mais, o
público jovem está se interessando pelas músicas dos anos 80 e 90,
surpreendendo aos músicos que se orgulham por atingir todas as idades. Após
sete anos sem tocar em Jaraguá do Sul, a banda diz que se sente acolhida e
feliz com todo o carinho e a receptividade do público presente que cantou todas
as músicas e se emocionou.
A noite foi aberta
pelo DJ Bibbe Andreatta e em seguida subiu ao palco a banda jaraguaense
Patifaria, que tocou músicas de sua composição e de grandes nomes do rock
internacional e nacional. O guitarrista e cantor da banda, Paulo da Silva,
conhecido como Paulico, disse que foi honra poder fazer a abertura do show
da Nenhum de Nós. “Eu fui o responsável por três vindas da banda gaúcha
para a cidade. E o legal é que muitas pessoas não conheciam o nosso grupo
e tiveram a oportunidade de conhecer”, enfatiza. A diferença da banda
jaraguaense para a banda gaúcha formada pelos músicos Thedy Correa, Carlos
Stein, Veco Marques, João Vicenti e Sady Hömrich, é o estilo. A Patifaria é
mais rock e Nenhum de Nós, tem um estilo pop rock.
Nos anos 80 e 90, o
rock e o MPB foram muito influentes para as manifestações. Músicos usavam de
suas composições para instigar, principalmente os jovens, a criticarem e não
aceitarem a situação em que se encontrava o país, buscando soluções para os
problemas sociais e políticos. No domingo (15), em todo o Brasil ocorreram
manifestações que pediam o impeachment da presidente e um país menos
corrupto. O vocalista da banda Nenhum
de Nós, Thedy Correa, que viveu os movimentos nas décadas de 1980 e 1990,
acredita na força dos protestos. “São bem diferentes as manifestações, mas acho
válido. Está meio polarizado demais. Acho válidas as manifestações, desde que
sejam pacíficas. Não irei participar porque haverá pessoas pedindo a volta da
ditadura, da intervenção militar”, afirma.
O rock no Brasil
está muito ramificado. Começando a se expandir e expandindo outros estilos,
tentando assim se renovar. Porém, é um gênero consolidado que sofre como todos
os outros estilos, com altos e baixos, mas que não terá fim.
Com a disponibilidade
de músicas para download na internet e facilidade vindas com as tecnologias, um
dos problemas enfrentados pelos grupos musicais é a pirataria. As duas
bandas da noite concordam que ela cresceu em um ritmo desenfreado nos últimos
tempos e que os artistas dependem mais dos shows para arrecadar renda. Eles
acreditam que isto se deve ao valor do produto final. “A pirataria cresceu
devido as massas, classe média para baixo, não terem o produto final (o cd) com
um preço acessível. Não vejo com maus olhos” , comenta Paulico. “O
artista sempre sobreviveu do show e não da venda de seus CDs e disco, apenas
aquele que vendia muito sobrevivia dessa venda. Já o médio e pequeno artista
sempre dependeu de seus shows”, acrescenta Thedy.
Um dos fatores que marcou a
apresentação em Jaraguá do Sul foi a receptividade dos músicos gaúchos. Após o
show, eles abriram as portas do camarim e receberam os fãs, que curiosos e
emocionados, puderam conhecer de perto os ídolos que embalaram – e ainda
embalam, gerações.
(Foto: Piero Ragazzi)
CONFIRA UM BATE PAPO RÁPIDO COM O VOCALISTA DA BANDA THEDY CORRÊA
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