Qualquer barulho me irrita. Seja ele grande ou pequeno. Seja
uma panela caindo ou alguém respirando. Não importa, é um barulho. Ultimamente
qualquer ruído me incomoda, e temo estar envelhecendo por conta desse pequeno
detalhe.
Não consigo mais ouvir certas músicas e pode ser que não
seja uma fase, que não passe e qualquer movimento, qualquer barulho por menor e
imperceptível que seja me tire do estado de paz e calmaria em que me encontrar.
Um espirro. O barulho de alguém respirando. Uma música –
mesmo que seja a música mais linda tocada no piano - me irritam. Muitas pessoas
podem achar até engraçado, mas até o pensamento pode me irritar, o barulho que
muitas vezes este produz, irrita.
Talvez eu esteja mesmo envelhecendo antes do tempo e só me
dei conta agora, nesse instante onde não suporto as pequenas coisas, as coisas
que sempre fizeram parte de minha vida. Coisas que comigo cresceram e comigo iram
morrer.
Nossas lágrimas, ao contrário do que muitos pensam, têm som.
O som de uma dor. Dor essa que pode ser sentida e compreendida por algumas
pessoas. Dor que pode nos travar e traumatizar por algum motivo.
Até mesmo a chuva que sempre se mostrou uma grande amiga na
produção de textos, como companhia de uma tarde de inverno para leitura, hoje,
não me atinge de tal maneira. Tudo o que procuro e quero, é o silêncio. Quero
silenciar minha mente e meu coração que por diversas vezes clamou por socorro
ou por medo de algo. Quero e preciso do silêncio, só não sei até quando.
Silêncio, por favor.
Comentários
Postar um comentário