Oi. Desculpe ter saído sem deixar um bilhete dizendo aonde ia, com quem, nem quer horas retornaria; sei que deixei-a preocupada e com razão, porém, você tem que levar em consideração que já sou grande o suficiente para saber o que é certo e errado, mas mesmo assim, não agi de forma coerente. Resolvi deixar esse bilhete lhê contando onde vou quando saio e não digo nada e demoro a chegar, mas peço para que nunca vá atrás de mim, promete? Saio pelas ruas na madrugada para pensar e silenciar meu coração que clama por socorro e que aos poucos morre; saio por ai, pra ver se algo o ocupa, se essa dor que sinto sai. Todas as noites, saio por aí afim de lhê encontrar em uma esquina com seu caderno de poemas e um deles, ouvir você recitar. Em uma certa noite, vi você em um canto a me observar e eu havia pedido para que não viesse atrás de mim pelo fato de que não quero que me vejas fracassar nem chorar. Saio por ai, pra me aliviar e a procura de seu olhar.
As pessoas acham que escrever é simplesmente pegar as palavras e as colocar numa frase e a fazer elas terem sentido, quando na verdade, é algo muito amplo. Escrever exige observação, pensamento, conhecimento da língua a ser retratada e amor. Sim amor pela fala, pela oratória, pelo papel e pela literatura. Escrever é retirar do vento as palavras que ninguém mais quer, e as organizar, observando não apenas as normas da língua padrão, como concordância, verbo, provérbio, advérbio, e por ai vai, e sim as organizar por ordem de importância e sentido. Escrever, é se doar de corpo e alma, é se entregar, se perder nas letras e se achar no parágrafo seguinte. É se encantar a cada palavra e se emocionar a cada vírgula; é se apaixonar a cada novo texto. A cada dia que passa me apaixono mais por esse mundo literário e me assumo cada vez mais como escritora, não tenho medo do que podem dize ou pensar, como escritora tem que assumir uma postura e como jornalista, assume a mesma postura.
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